A Lenda conta que há muitos séculos, havia uma família nobre na Terceira que tinha com escravos negros, como era costume na época
O casal tinha uma única filha, submissa, que aceitou casar sem amor, num casamento imposto por seu pai.
A rapariga, no entanto, tinha um amor proibido pois apaixonou-se por um escravo, que também a amava.
Os dois encontravam-se em segredo e um dia, a aia, escutou os apaixonados a falar do seu amor, e foi contar ao seu amo. O marido, Este, enraivecido, mandou prender o escravo.
Este, ao ouvir os cães de caça e cavalos ao longe, percebeu que vinham à sua procura, e fugiu pelos campos, montes e vales em direção ao interior da ilha.
Após muito tempo de fuga, sem forças para continuar a fugir e esconder-se, deixou-se cair em desespero.
Diz a lenda que o escravo começou a chorar sem parar e, as suas lágrimas fizeram nascer uma linda lagoa à sua frente, ao lado de uma colina arborizada.
O escravo, encurralado e cheio de medo, atirou-se da colina para as águas da lagoa, onde acabou por morrer afogado.
(Adaptado)
FURTADO-BRUM, Ângela. Açores, Lendas e Outras Histórias (2a. ed).. Ponta Delgada: Ribeiro & Caravana Editores, 1999. ISBN 972-97803-3-1 p. 145.
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